top of page

Imposto do pecado: entenda a nova tributação sobre cigarros, bebidas e veículos

 

O Imposto Seletivo (IS), popularmente chamado de Imposto do Pecado, é um tributo proposto na Reforma Tributária que visa desestimular o consumo de produtos prejudiciais à saúde pública e ao meio ambiente.


Essa proposta inclui taxar bens como cigarros, bebidas alcoólicas, veículos poluentes e minerais extraídos. A ideia é que o IS integre a base de cálculo dos novos tributos sobre consumo: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de competência estadual e municipal, e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), federal.


câmara dos deputados
Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

O principal objetivo é corrigir externalidades negativas, ou seja, aumentar o preço de produtos cujo consumo tem impacto social ou ambiental negativo, desestimulando sua utilização.


 

Como o imposto seletivo vai funcionar?


O imposto seletivo tem algumas características importantes:


  • Monofásico: incide apenas uma vez, geralmente na saída do produto da indústria.

  • Cumulativo: não gera crédito tributário em outras etapas da cadeia, o que pode elevar o custo para varejistas e, eventualmente, para o consumidor.

  • Base de cálculo integrada: ele será incluído no cálculo do IBS e da CBS, o que pode amenizar o impacto para os varejistas, já que estes tributos permitem crédito tributário.

  • Isenção para exportações: exceto para bens minerais extraídos, energia elétrica e telecomunicações.


A fiscalização do IS será responsabilidade da Receita Federal, seguindo normas já estabelecidas.


 

Quais produtos serão taxados pelo imposto seletivo?


Conforme o texto da reforma tributária, os principais produtos sujeitos ao imposto do pecado incluem:


1. Veículos poluentes


Automóveis, aeronaves e embarcações que emitem poluentes ao meio ambiente serão taxados. Para calcular a alíquota, serão considerados critérios como:


  • Eficiência energética;

  • Potência do veículo;

  • Pegada de carbono;

  • Tecnologias sustentáveis.


Veículos elétricos também estão incluídos devido ao descarte prejudicial de baterias.


2. Cigarros e produtos fumígenos


Produtos derivados do tabaco, como cigarros e charutos, serão taxados. A medida busca desestimular o consumo, já que os impactos negativos do fumo são amplamente reconhecidos.


3. Bebidas alcoólicas


As alíquotas do IS para bebidas alcoólicas serão calculadas com base na quantidade de álcool e no valor do produto, visando reduzir o consumo excessivo e seus problemas associados à saúde pública.


4. Minerais extraídos


A tributação incidirá sobre a extração de recursos como:


  • Minério de ferro;

  • Petróleo;

  • Gás natural.


A proposta prevê uma redução de alíquota a zero para o gás natural destinado à indústria como insumo.


 

Desafios e impactos do imposto do pecado


A implementação do Imposto Seletivo traz desafios para diferentes setores, especialmente varejistas, que podem enfrentar aumento de custos devido à sua natureza cumulativa. Para amenizar esse impacto, a inclusão do IS na base de cálculo do IBS e da CBS permitirá a geração de créditos tributários, tornando o sistema mais equilibrado.


Impactos esperados:


  • Empresas: Maior custo operacional em produtos sujeitos ao IS, com potencial repasse ao preço final.

  • Consumidores: Produtos taxados podem ter preços elevados para desestimular o consumo.

  • Sustentabilidade: Redução no consumo de bens que causam danos ao meio ambiente e à saúde.


O imposto seletivo surge como uma ferramenta importante dentro da reforma tributária para combater externalidades negativas relacionadas à saúde e ao meio ambiente.


 

Apesar de gerar desafios no curto prazo, a proposta busca alinhar o sistema tributário brasileiro com práticas internacionais, promovendo um equilíbrio entre arrecadação e sustentabilidade.


10 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page