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Foto do escritorGuilherme Sena

Mais de 60% das empresas esperam impactos negativos com a Reforma Tributária


Prédio do Congresso Nacional em Brasília com fundo estilizado em tons de azul, mostrando símbolos de percentagem e uma figura da deusa romana Minerva.

A Reforma Tributária promete transformar o sistema fiscal brasileiro, e o setor empresarial já começa a se preparar para enfrentar os impactos dos novos tributos. De acordo com uma pesquisa da Systax, 61% das empresas brasileiras esperam mudanças significativas com a chegada do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que substituirão o ICMS, ISS, PIS, Cofins e IPI.


A pesquisa, que incluiu 91 grandes empresas, revelou que:

  • 61% das empresas esperam impacto direto dos novos tributos.

  • 22% veem o IBS (tributo estadual e municipal) como o principal impacto.

  • 16% estão preocupadas principalmente com a CBS (tributo federal).


Esses dados mostram que o setor continua cauteloso e poucos realmente começaram a adaptação. Apenas 9% das empresas já iniciaram ajustes internos, enquanto 74% permanecem em fase de pesquisa e entendimento sobre as mudanças. Aproximadamente 7% das empresas afirmam que só tomarão ações quando a regulamentação estiver em vigor, enquanto 3% já estão buscando novas tecnologias para auxiliar na transição.


 

Empresas ERP e o desafio da adaptação


A adaptação tecnológica é outro ponto de destaque. Cerca de 80% das empresas que utilizam o ERP SAP ainda não deram início à migração para o S4 Hana, versão necessária para atender às mudanças da Reforma.


Além disso, quase metade dessas empresas não possuem um sistema tributário flexível que permita lidar com os novos tributos em paralelo aos antigos, o que pode dificultar a transição para a nova estrutura tributária.


 

Quais ajustes as empresas precisam fazer?


A Reforma Tributária, que deve entrar em vigor em 2033, propõe a unificação de cinco tributos atuais em apenas dois: o CBS, para a competência federal, e o IBS, para a competência estadual e municipal. Além disso, a cobrança dos impostos será feita no destino e não na origem, visando reduzir a guerra fiscal entre estados e municípios. O período de transição deve começar em 2026, dando tempo para as empresas se ajustarem.


Conforme o estudo, as principais preocupações das empresas para a adaptação à reforma incluem:


  1. Revisão de processos internos: cerca de 50% das empresas indicam a necessidade de reestruturar seus processos operacionais para atender à nova legislação.

  2. Atualização tecnológica: para 28%, o principal impacto será a implementação de novas soluções e sistemas que suportem o novo modelo tributário.

  3. Treinamento e capacitação de equipes: investir no treinamento da equipe aparece como um foco para 11,5% das companhias, sendo essencial para lidar com as novas exigências.


 

Thais Borges, diretora comercial da Systax, alerta que, embora a reforma simplifique a carga tributária, as empresas precisarão de um planejamento sólido e de mudanças internas para evitar problemas fiscais. Iniciar discussões e implementações de ajustes desde já será fundamental para minimizar riscos e assegurar uma transição suave.


As organizações que se prepararem adequadamente estarão não apenas prontas para enfrentar as novas exigências, mas também poderão identificar oportunidades de otimização tributária e, assim, melhorar sua competitividade no mercado. Portanto, é um momento decisivo para as empresas, que devem priorizar a adaptação e a inovação em suas operações.

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